O Que Você Está Fazendo Na Sua Carreira Para Não Se Tornar Uma Poça d’Água?

Existe um medo que muitos executivos enfrentam, mas poucos falam abertamente sobre ele: o medo de se tornarem irrelevantes, obsoletos e até mesmo esquecidos após a vida corporativa. De, um dia, saírem da(s) empresa(s) onde construíram sua trajetória e perceberem que, sem o crachá, sem os títulos e sem a estrutura corporativa, ninguém mais presta atenção, retorna suas ligações ou os convida para eventos e encontros.

Foi esse receio que me fez, ainda aos 40 anos, começar a construir meu futuro 15 ou 20 anos antes de precisar dele. Muita gente acredita que a transição de carreira acontece apenas quando deixamos uma grande empresa. Mas, na verdade, essa transição precisa começar muito antes.

A Poça d’Água

Quando conto essa história nas minhas mentorias, o divertimento é garantido! Costumo dizer que meu maior medo era me tornar uma poça d’água.

“Mas o que é uma poça d’água?” perguntam.

É simples. Imagine que você está andando na rua e vê uma poça d’água no chão. O que você faz? Desvia, não é? Pois bem, eu temia que as pessoas fizessem o mesmo comigo quando me encontrassem — como se eu fosse uma grande poça d’água — simplesmente porque não teria mais o crachá da empresa.

No mundo corporativo, enquanto estamos ativos, somos vistos como parte de algo maior. Mas quando saímos, corremos o risco de sermos apenas uma poça d’água no caminho dos outros — algo que as pessoas evitam, ignoram ou nem percebem mais. E não por maldade. A verdade é que parar para dar atenção a um ex-colega que agora deseja oferecer um serviço ou uma solução é um grande desafio, pois concorre com outras prioridades, demandas e a correria do dia a dia.

Eu não queria ser essa poça.

E foi por isso que comecei a pensar na minha transição cedo.

O Plano Para Não Virar Poça

Minha decisão foi me preparar para que, quando chegasse o momento de sair do mundo corporativo, eu já tivesse outras opções, caminhos e talvez até mesmo uma nova identidade profissional consolidada. Não foi uma reação, foi um processo estratégico.

Aqui estão os pilares que construí ao longo dos anos:

💡 1. Educação Contínua: O aprendizado nunca deveria parar aos 40, 50 ou 60 anos… nunca. Me mantenho sempre estudando e explorando novos temas — de Transformação Digital a Sustentabilidade, de IA a Governança Corporativa, de Liderança a Varejo, entre muitos outros.

📅 2. Construção de Ativos Próprios: Meu conhecimento precisava ser um ativo que eu pudesse levar para qualquer lugar. Investi em palestras, mentorias, conselhos e consultorias, buscando criar uma marca pessoal que não dependesse do nome de uma empresa.

🤝 3. Compartilhamento de Conhecimento: Se você quer ser lembrado, gere valor. Ao longo dos anos, busquei ensinar, orientar e compartilhar aprendizados. Isso manteve minha relevância e me posicionou como referência, não apenas como executivo, mas como alguém que inspira e transforma.

📞 4. Dê Atenção às Pessoas: Retorne ligações, atenda fornecedores, converse com ex-colegas e, por que não, até mesmo com estranhos? Oportunidades incríveis surgem das conexões que cultivamos ao longo do tempo. Pequenos gestos de atenção hoje podem abrir portas gigantes no futuro.

🚀 5. Construção de Relacionamentos Genuínos: Conexões verdadeiras não se baseiam em cargos ou interesses imediatos. Cultivei relações sólidas que transcenderam o ambiente corporativo, garantindo que eu não fosse visto apenas como “ex-empresa X” ou “ex-empresa Y”, mas como alguém com valor próprio, capaz de conectar empresas e pessoas para a geração de negócios.

O Que Isso Significa Para Você?

Seja você um executivo ainda em atividade ou alguém já passando por uma transição, minha pergunta é: você está se preparando para o futuro ou só vai pensar nisso quando for tarde demais?

Porque a verdade é uma só: ninguém quer ser uma poça d’água.

Se você não quer ser desviado, ignorado ou esquecido, comece agora a construir sua próxima fase. Educação, relevância e relacionamento não se criam do dia para a noite — eles são cultivados ao longo dos anos.

E você, o que está fazendo hoje para garantir que continuará relevante profissionalmente amanhã?